Finalmente consegui assistir a um ensaio com as câmeras posicionadas e a projeção ao vivo. Mesmo nos momentos em que não havia por parte dos atores a intenção de causar um estranhamento entre aquilo que era representado no ato teatral e aquilo que se via na tela, situações curiosas apareciam.
O ator olha numa direção, mas na tela parece estar olhando para outra; a expressão da atriz no close imprime informações diferentes da observada “cara a cara” com o público; a disposição dos atores desenha em cena um significado que a tela não capta ou vice-versa.
Tecnicamente isso não significa grande coisa, mas evidencia o potencial que o uso deste recurso pode imprimir à poética do espetáculo de maneira que as questões discutidas na peça possam se fazer na forma.
O uso intencional da projeção das imagens captadas pelas câmeras claramente abre possibilidades para jogos que podem em alguns momentos acompanhar o andamento da ação dos atores;em outros, causar ruídos entre a “ação real” e a “ação virtual”; ou ainda,evidenciar o patético da artificialidade da linguagem televisiva.
Faz tempo que não assisto à peça inteira sem paradas tanto com o uso da projeção, quanto com as interferências musicais. Fico muito curiosa para saber como está o todo, acho que só conseguirei ver na estreia.
Ansiosa também em presenciar como será “abrir as portas” ao público, a relação que o Espaço construirá com a cidade e os frequentadores, e a relação da plateia com a peça.
Marina Corazza
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Um comentário:
E eu então, imagina como estou ansioso...
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